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Verdades ocultas em um paiol de vaidades prestes a explodir


* Por Luiz Alberto Barbosa da Silva


Moças desinibidas querendo fisgar algum milionário desatento. As portas seguem bem trancadas para a honestidade, e o que vemos, é uma completa bagunça, onde quem investiga já foi ou é investigado. Os olhos continuam vendados para o sofrimento alheio, e não se tem comida, remé­dio, segurança e educação como se deveria.


Uma janela de um carrão de luxo que se fecha às súplicas de ajuda, um “não” dito aos berros, sem a menor compaixão; a solidão como companheira inseAparável, e o desabafo feito na bebida ou na droga, que vai acalmar e fazer esquecer por alguns instantes. O tédio dominando nossos dias bastante sombrios; a riqueza como única meta a ser alcançada; a tristeza rondando nosso lar e nos convidando para uma dança fúnebre; a ignorância arreganhando nossa fragilidade; a idade que avança e o fim que se aproxima nos assombrando como fantasmas que, no set de gravação do filme das nossas vidas, não terão a identidade revelada por Scooby Doo e seus parceiros, e a amizade, que já foi colo e conforto, sendo esfacelada por tão pouca coisa.


Seguimos alimentando a futilidade que agora entra na nossa mente com facilida­de; o sexo com preço tabelado, as pernas que se abrem e o prazer que se compra por algumas notas de reais. Alguns de nossos representantes rosnando mais uma trama, e a lama desse acordo sinistro que será respingada na nossa roupa surrada de tanto suor. Já não temos nem mais lágrimas para chorar.



Uma ponte que não leva ao outro lado do sossego; um chafariz que jorra palavras ofensivas nas redes sociais, além daquelas proferidas por idiotas que ainda conseguem ver diferença na cor da pele e na opção sexual; sonhos que não se sonham mais, pois os pesadelos se apossaram de nós.


A esperança refugiada; as boas maneiras acorrentadas; a solidariedade acanhada; o amor ao próximo afastado da sociedade que só olha o próprio umbigo; a paciência aprisionada; a decência deixada de lado; os bons valores em extinção;; a corrupção em alta, e os companheiros sempre pronto para acudirem caso algo dê errado e todos perdidos em um emaranhado de sujeira, onde o pobre do povo é que cai nessa teia d’aranha da imoralidade.

O equilíbrio, que seria a solução, está respirando por aparelhos e o convívio social cada vez mais difícil. A inveja espalhada pelos quatro cantos e o silêncio visto como algo sobrenatural. A necessidade de se mostrar o que se tem a quem sequer conhece, e o diabo sentado no seu trono, com coroa e sua capa vermelha, se vangloriando dos níveis alcançados com alie­nação da mente humana e dando sonora gargalhadas com a balbúrdia estalada.


Deus, com seus olhos bem abertos e que a tudo vê, balançando a cabeça, reprovando nossos atos e fazendo anotações no caderno de cada um de nós e que serão exibidas quando fecharmos os olhos pela última vez, e não caberá recurso e nem nossa grana servirá para aliviar a nossa punição. Lá em cima as leis são diferentes.


Por onde passo vejo rastros de destruição; as vozes sufocadas, pois estamos proibidos de falar o que pensamos, e os homens da capa preta estão nos observan­do; ouço gritos de socorro e de uma algema que prende e cala quem ousa nos defender. Sinto o tempo passando e eu parado, como um louco, olhando para o nada, sem esboçar reação. Vejo políticos atuando em um circo de horrores e fazendo de uma comissão um palanque em um espetáculo de péssima qualidade, pois seus protagonistas já foram vilões e sequer sa­bem representar. Eles querem que a gente acredite que há legalidade e seriedade, quando, na verdade, já está tudo escrito, e não é nas estrelas.


Do outro lado do mundo, um homem bomba que explode e ceifa a vida de inocentes; um prédio de luxo que cai em zona nobre por indícios de má qualidade dos materiais utilizados. Aonde vamos parar? Se alguém ver uma estrela cadente, faça um pedido em silêncio. Ando carente de sorrisos sinceros. Vou pegar carona na calda do cometa ou na vassoura da bruxa boa rumo à Via Láctea, pois, por aqui, a bagunça está formada.


Só o Criador para nos mostrar a direção que nos levará à harmonia e nos dará proteção.


* Luiz Alberto Barbosa da Silva

Magistrado - Juiz Diretor

do Fórum de Nilópolis


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