Shell na mira: postos ligados ao PCC revelam elo entre gigante dos combustíveis e o crime organizado
- Jorge Ribeiro Silva

- há 5 dias
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Preso em operação, Jailson Jau, um dos maiores revendedores da marca na América Latina, usava rede de 200 postos para fraudes bilionárias e lavagem de dinheiro com apoio do PCC

A prisão do empresário Jailson Couto Ribeiro, nesta quinta-feira (16/10) durante a Operação Primus, para desarticular organizações criminosas com atuação no setor de combustíveis revelou que uma das principais integrantes do Instituto Combustível Legal (ICL), a Shell, tem postos de combustível relacionados com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Jailson Jau, como é conhecido, é um dos maiores revendedores de combustíveis da Shell na América Latina, com cerca de 200 postos de combustíveis da bandeira, que no Brasil opera sob o controle da Raízen, de Rubens Ometto.
Segundo a Polícia Civil, a rede Shell administrada por Jau faz parte do esquema criminoso que opera com adulteração e comercialização irregular de combustíveis. Além disso, os postos seriam utilizados para ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro, com conexões diretas com o PCC, considerada a maior facção criminosa do país.
Jailson Jau, natural de Iaçu, no interior baiano, e radicado em Feira de Santana, foi preso em um hotel de luxo na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina. Em Feira de Santana, ele é reconhecido como cidadão honorário.
Jau também tem histórico político, tendo disputado a eleição para prefeito de Iaçu nos anos de 2020 e 2024. Em 2022, Jau também apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União Brasil), que foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (14).
Nas redes sociais, o baiano costumava ostentar viagens de luxo para destinos internacionais, como Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes e Espanha, além de passeios pelo Brasil.
A Justiça determinou o bloqueio de bens, imóveis e valores dos investigados, totalizando R$ 6,5 bilhões, o que demonstra a dimensão financeira da operação. Além de Jailson, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos, sendo três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Mais de 170 policiais civis participaram da ação. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e mapear o fluxo de recursos que sustentava as atividades ilícitas do grupo.
Fonte: JornalJuridico



























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